h.d.mabuse on Wed, 20 Feb 2002 18:42:01 +0100 (CET)


[Date Prev] [Date Next] [Thread Prev] [Thread Next] [Date Index] [Thread Index]

[nettime-lat] Jardim Elétrico


Comecei hoje uma coluna no portal JCOnline sobre esses temas que tanto 
interessam à essa lista, para quem quiser dar uma lida, o link vai abaixo, 
acompanhado do texto.

[ ] ' s

mabuse

JARDIM ELÉTRICO
http://jc.uol.com.br/noticias/ler.php?codigo=819&canal=117

A força da bandeira Punk
====================
Enquanto uma releitura fashion do Punk domina hoje a moda, da alta costura 
às lojas populares da C&A, num outro terreno, o mercado tecnológico, alguns 
dos conceitos básicos do Punk confundem a mídia e apavoram os empresários 
de indústrias aparentemente distintas como a de software e a fonográfica.
Uma das mais importantes bandeiras do punk, o Faça-você-mesmo, nunca foi 
tão disseminada. Terror para a indústria fonográfica: os garotos que seriam 
os próximos contratados das grandes gravadoras descobriram que podem 
produzir sua música em casa (com o auxílio de softwares gratuitos) e 
distribuir pela Internet (quem está na indústria sabe que o que dá dinheiro 
mesmo são shows e, com a distribuição correta, discos independentes).
Longe da política quase escravista imposta pelas grandes gravadoras (sabe 
aquele CD que você comprou da banda que você gosta tanto? Imagina quanto do 
que você pagou foi para a banda? Mirrados 8%; a gravadora abocanha 
inimagináveis 92%!), numa grande gravadora (e hoje não passam de cinco no 
mundo) o negocio é feito por escala: só vale a pena ter tal banda em seu 
staff se ela vender mais de 100.000 cópias. Num esquema independente, a 
banda ganha a mesma coisa vendendo 10.000 CDs.
É nessa hora que a indústria entra com a defesa: o papel da gravadora é dar 
condições de produção para as bandas: Quem vai pagar o estúdio? E a 
produção das capas? Justamente aí a equação indústria musical + indústria 
de software se forma e barateia tudo: com o desenvolvimento tecnológico e 
uma nova mentalidade de obtenção de lucros, os softwares de música estão 
ficando cada vez mais acessíveis, uma figurinha tarimbada dos estúdios 
profissionais de gravação, o Pro Tools, que terminou a década de 1990 como 
um software caro e só para Mac, começou esse novo século com uma versão 
gratuita disponível para Mac e PC no site www.digidesign.com, e os mesmos 
computadores que fazem as composições ou pré-produções das músicas, também 
são usados para fazer as capas e o sites das bandas (arma importante nessa 
nova era).
Novas questões são levantadas agora: a tiragem dos CDs poderia ser mais 
relacionada à demanda? De fato existe ainda a necessidade de um suporte 
físico para a música? Existiriam outras formas de sustentar uma banda, além 
da venda de discos?

É por essas e outras questões que estamos iniciando essa coluna no JC 
OnLine - tecnologia e música sempre andaram de braços dados, mas a 
correlação hoje tomou proporções sem precedentes na história. O Jardim 
Elétrico é um ecossistema de discussão dessas questões, entre trocas de 
estímulos elétricos e sinapses, todos estão convidados para, semanalmente, 
dar um passeio.

_______________________________________________
Nettime-lat mailing list
Nettime-lat@nettime.org
http://amsterdam.nettime.org/cgi-bin/mailman/listinfo/nettime-lat